Mato Grosso do Sul recebeu nesta semana uma comitiva alemã formada por representantes da Embaixada da Alemanha no Brasil e órgãos ligados aos direitos humanos. Ontem (14), o grupo esteve em Dourados, a 250 km de Campo Grande, onde foi recepcionado pelo vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, representando o Governo do Estado. O objetivo da visita foi aprofundar o diálogo sobre os desafios das comunidades indígenas e explorar possibilidades de cooperação entre os dois países.
Desde terça-feira (11), os alemães visitaram órgãos públicos e comunidades indígenas, conhecendo de perto a realidade dos Guarani-Kaiowá, que vivem no estado. Entre os locais visitados estão o Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Sustentabilidade, inclusão e infraestrutura – Durante o encontro, Wolfgang Bindseil, ministro da Embaixada da Alemanha, elogiou a organização e segurança de Dourados, além do acolhimento das comunidades indígenas. Ele ressaltou a possibilidade de uma parceria internacional para enfrentar os desafios das populações indígenas da região.
Barbosinha destacou que Mato Grosso do Sul abriga a terceira maior população indígena do Brasil, sendo que Dourados possui a maior reserva urbana indígena do país, com cerca de 20 mil pessoas vivendo nas aldeias Jaguapiru e Bororó. O estado conta com oito etnias indígenas espalhadas por 32 municípios, abrangendo regiões do Pantanal, Sul e Norte.
Encontro discute direitos humanos, desafios das comunidades indígenas e possibilidades de cooperação internacional
“Temos desafios estruturais, como a falta de acesso à água em algumas comunidades. Para reverter essa situação, o Governo do Estado já garantiu R$ 55 milhões, provenientes da bancada federal e do próprio governo estadual, para implementar um novo sistema de distribuição de água potável na reserva indígena de Dourados. As obras começam em 2025, com previsão de conclusão em dois anos”, afirmou o vice-governador.
Compromisso ambiental e social – Outro tema abordado foi a sustentabilidade. Mato Grosso do Sul é o primeiro estado brasileiro signatário da COP-26, com um inventário de emissões de carbono já concluído e ações concretas para reduzir impactos ambientais. Além disso, a Lei do Pantanal, criada para proteger o bioma, já se tornou referência nacional.
Barbosinha também destacou a atuação da Secretaria de Estado da Cidadania, liderada por uma antropóloga, que mantém um diálogo contínuo com as comunidades indígenas. Entre as ações voltadas para os povos originários, ele mencionou a distribuição de materiais educativos na língua materna, facilitando o acesso à informação.
